tag:blogger.com,1999:blog-25676710608227911452024-03-21T15:01:45.844-07:00VII Colóquio Rousseau 2015 Fortaleza - CE coloquiorousseau2015http://www.blogger.com/profile/00463871578148204679noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-2567671060822791145.post-43463142801409549952015-05-19T15:26:00.003-07:002015-08-05T15:16:46.892-07:00APRESENTAÇÃO<div style="text-align: center;">
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<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.1999998092651px; line-height: 19.7999992370605px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: medium;"> No dia 28 de junho de 1712 nascia em Genebra um dos personagens mais intrigantes e criativos da filosofia ocidental. Jean-Jacques Rousseau, filho de relojeiro apaixonado por livros e dotado de certa irresponsabilidade, perdeu a mãe alguns dias depois de o dar à luz. Foi criado por uma tia e uma babá. Crescera num ambiente de mais liberdade que a maioria das crianças. Mimado pelo pai e familiares para compensar a perda da mãe. Ainda jovem, porém, Jean-Jacques foi posto em pensão na casa de um pastor calvinista e de sua irmã. Aos treze anos era aprendiz de gravador, em cuja casa morava. A experiência foi marcante, pois a considerou opressiva, uma relação de servidão que o levou a abandonar a sua terra natal e levar uma vida errante, uma vida de andarilho. Para alguns comentadores importantes, a defesa da liberdade constitutiva do homem em geral está na origem dessa experiência. Nas palavras de Jean-Jacques: “Eu talvez houvesse continuado se a brutalidade do meu mestre e as obrigações excessivas não houvessem me levado a achar esse trabalho execrável”. Livre, em Annecy o jovem Jean-Jacques foi acolhido pela baronesa de Warens que lhe propiciou aulas de música e o aprendizado da arte de copista. Na política foi secretário – sem de fato receber o título – do conde de Montaigu na Embaixada da França em Veneza. Experiência amarga e desastrosa, mas que lhe propiciou o gosto pela ópera italiana e o estimulo a começar a escrever o seu livro mais importante, <i>Instituições política</i>, cujo <i>Contrato social</i> será uma pequena parte.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.1999998092651px; line-height: 19.7999992370605px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: medium;"> </span><br /><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: medium;"> Em Paris, Rousseau primeiro se destacou como músico, inventou um novo sistema de notação musical rejeitado pela Academia e publicou a sua<i>Dissertação sobre a música moderna</i>. Compôs óperas e balés no estilo italiano. No entanto, o seu reconhecimento como escritor surge com a premiação concedida pela Academia de Dijon em 1750 ao <i>Discurso sobre a ciências e as artes</i>. Nesta primeira parte de sua vida, Rousseau foi admirador de Voltaire, colaborador da <i>Enciclopédia</i> e amigo de Diderot. Em 1749, desejou ir para a prisão com Diderot para não se separar dele, mas no final da década de 1750 rompeu com os <i>philosophes</i>, e também com seu amigo. A mudança de opinião de Rousseau não o tornou indiferente às questões sociais e políticas. Suas retratações da miséria humana são sensíveis e poderosas, e em sua obra madura ele apresentou o que considerava ser a única alternativa política aceitável. Ele teve divergências importantes, tanto com seus amigos da Ilustração quanto com os defensores religiosos da sociedade existente sobre as causas do sofrimento. A Igreja explicava isso pela propensão ao pecado da natureza humana, propensão herdade de Adão. Os <i>philosophes</i> tendiam a responsabilizar a ignorância e a má orientação do interesse próprio, que é sua consequência. Rousseau negou repetidas vezes as duas posições, dizendo que o homem não é, originalmente, pecador nem egoísta, mas bom – embora a minha frente só encontre indivíduos oportunistas e orgulhosos. Ele também rejeitou o individualismo desses diagnósticos dos males sociais. Defendia que o indivíduo e a sociedade devem ser considerados juntos: “Aqueles que querem tratar a política e a moral separadamente”, proclamava no <i>Emílio</i>, “jamais entenderão nada de nenhuma das duas”. Abre-se assim caminho para uma crítica das teorias de legitimidade política existentes. O autor defende a tese paradoxal de que aquilo que os <i>philosophes</i> consideravam progresso é inseparável da tirania na política e da corrupção na vida privada. A sociedade civil foi constituída como espaço de rivalidade, de apropriação exclusiva e de dominação, gerando o despotismo e a guerra. Em suma, a filosofia da Ilustração encontrou em Rousseau um representante atuante e também um de seus mais implacáveis críticos. Mas também a intensidade de sua leitura dos modernos e acuidade de seu diálogo com seus contemporâneos, pois nenhum pensador de seu tempo escreveu sobre um leque tão amplo de assuntos, nem se expressou com maior eloquência e passionalidade.</span><br /><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Luis Felipe Sahd</span></div>
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